quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Coisas que não sabemos sobre a mitologia grega

1- Hades não era um cara ruim

Sendo o deus da morte e rei do submundo, Hades sempre sofreu uma má imagem. Ele é tratado regularmente como a versão grega do demônio cristão, mas ele não é nada parecido com isso. Pra começar, Hades nunca escolheu o submundo como seu domínio. Ele é um dos três grandes deuses, junto com Zeus e Poseidon, e basicamente os três tinham que tirar na sorte entre os domínios: Céu, Água, submundo. E, bom, Zeus ficou com os céus, Poseidon com os mares e Hades com o submundo.

Porém, ele não era um cara ruim. Em um conto, Orfeu desceu até o submundo para buscar sua esposa, que tinha morrido. Hades ficou tão encantado pela música do bardo que ele deixou que ele a levasse, com a condição que ele não olhasse para trás enquanto iam embora do submundo. (claro que ele olhou e perdeu ela). Da mesma maneira, ele foi bem generoso com Hércules quando o heroi pediu para que o deixasse retornar para a superfície com o cachorro de três cabeças, Cérberus, como parte de uma das tarefas de Hercules. Também é importante notar que Hades não era o juiz dos mortos, aqueles que morriam eram julgados por três semi deuses. Minos, Aiakos e Rhadamanthys (se você lembrou de Saint Seiya, tu é foda).

2- Ares geralmente se curvava a Atena

 
Ares era o todo poderoso rei da guerra, mas também era um covarde, e sua família o odiava por isso. Zeus e Hera olhavam para seu filho com desdém, e sua irmã, Atena (se você lembrou de Saint Seiya, tu é foda²) compartilhava o título de deusa da guerra com seu irmão. Enquanto Ares personificava os aspectos do derramamento de sangue, Atena se colocava como a deusa da defesa, força, e justiça em batalha, e Ares se curvava perante ela.

Ambos entraram em batalhas algumas vezes, Atena intervia contra Ares buscando sempre uma batalha justa, e Ares constantemente recuava e até mesmo desistia dessas batalhas por que Atena sempre o protegia da raiva de seus pais. Quando Ares tinha sucesso no campo de batalha, ele estava no lado de Atena. Quando ele desafiava Atena, ele perdia....feio! 

3- A deusa virgem é uma assassina de mulheres

 
Artemis é a irmã gêmea de Apollo, e filha de Zeus. Quando ela era jovem, ela chegou ao seu pai e pediu para que permanecesse virgem pela eternidade, e ele aceitou seu pedido. Ela é ao mesmo tempo a caçadora e protetora dos animais, e também mesmo sendo uma deusa virgem e a imagem da pureza, ela também é a deusa do nascimento e a destruidora das mulheres jovens. Sua madrasta, hera, a chama de uma leoa entre mulheres, e ela realmente é uma.

Artemis assassinou seis filhas de Niobe, simplesmente pelo fato da mulher se gabar que tinha mais filhos do que a mãe de Artemis, Leto. Ela exigiu o sacrifício de Iphigenia como pagamento por seu pai ter matado um veado sagrado.

4- Muitos monstros tinham a mesma mãe

 
O nome desta mãe era Echidna, metade mulher e metade serpente. Echidna era filha de Phorcys e Ceto, fazendo dela uma das irmãs da Medusa. Tartarus e Gaia eram os pais do marido de Echidna, Typhon, um dragão com centenas de cabeças. Juntos, Echidna e Typhon tiveram uma lista gigantesca de horríveis monstros que desafiaram tanto heróis como deuses.

Dentre elas, alguns se destacam como Cerberus, o cachorro de três cabeças de Hades; A Hidra; Ladon, o dragão que protegia as maças douradas de Hesperides, Scylla o monstro marinho, e até mesmo da águia que comia o figado de Prometheus todo dia.

5- Zeus era um tarado

 
Zeus é o pai dos deuses, e por extensão, ele também é o pai de muita, MUITA gente. Se você tem alguma habilidade diferente, você pode ser filho de Zeus, olha só. (não, lamber o cotovelo não é uma habilidade...ou é?) Suas intenções amorosas pelos mortais e imortais era bem conhecida. Sua primeira mulher, a titã Metis tentou de varias maneiras impedir que Zeus continuasse com essa "vontade", mas nunca conseguiu.

Não era incomum para Zeus tomar a forma de um animal para satisfazer seus desejos, abrindo a questão sobre que tipo de zoofilia os Gregos antigos praticavam. Ele "ficou" com Demeter e sua filha, Persephone (mulher de Hades, seu irmão) enquanto se passava por uma serpente (onde está a lógica nisso?), Asteria e Aiginia como uma águia, Boetis como uma cabra, Europa como um touro, Eurymedousa como uma formiga (sério, formiga?), Leda como um cisne, e a lista continua. Zeus também moldava sua aparência como a dos maridos de algumas mulheres, como ele fez com Alkmene, a mãe de Hércules.
Semideuses!

Desculpem, por não estarmos postando, é que volta as aulas é complicado, então, desculpem.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Mitologia Brasileira


Deuses brasileiros.
 
Sabemos tanto dos outros deuses (gregos, egípcios e romanos) que tenho até vergonha de dizer que muitos de nós ainda desconhecem alguns desses deuses da nossa cultura.
 
Tupã é o autor do trovão e dos relâmpagos, sendo o criador do raio, tal onipresença celeste confere a este um poder significativo na mitologia Tupinambá.
 
Jaci, a formosa deusa Jaci, a Lua, a Rainha da Noite que traz suavidade e encanto para a vida dos homens.

No início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino. Criou então, a formosa deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa. Jaci era irmã de Iara, a deusa dos lagos serenos.
 
Guaraci ou Quaraci na mitologia tupi-guarani é a representação ou deidade do Sol, às vezes compreendido como aquele que dá a vida e criador de todos os seres vivos, tal qual o sol é importante nos processos biológicos. Também conhecido como Coaraci. É identificado com o deus hindu Brahma e com o egípcio Osíris.
 
Yorixiriamori - Esse deus deixava as mulheres encantadas com seu canto, o que despertou a inveja nos homens, que tentaram mata-lo. O deus fugiu sob a forma de um pássaro. É um personagem do mito “A Árvore Cantante”, dos Ianomâmis. Essa árvore desapareceu depois da fuga da divindade.
 
Anhangá - Deus do inferno e inimigo de Tupã. Pode se transformar em vários animais, e quando aparece para alguém é sinal de má-sorte.
 
Ceuci - Deusa protetora das lavouras e das moradias, seu filho Jurupari, mesmo nome de um peixe brasileiro, nasceu do fruto da Cucura-purumã, árvore que simboliza o bem e o mal na mitologia Tupi-guarani.
 
Akuanduba - Divindade dos índios araras, tocava a sua flauta para por ordem no mundo.
 
Wanadi - Deus dos iecuanas, ele criou três seres para gerarem o mundo. Os dois primeiros cometeram um erro, e criaram uma criatura defeituosa, que representa os males do mundo. O terceiro concluiu o ato da criação.
 
Yebá Bëló - Conhecida também como “A mulher que apareceu do nada”, é uma divindade do mito de criação dos índios desasnas. Segundo eles, os seres humanos surgiram das folhas de coca (ipadu), que ela mascava.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Semideuses!!

 
Quero lhes agradecer, por vocês ter nos acompanhado durante este ano, e fico muito feliz em saber, que, existe muitas pessoas interessadas em assuntos relacionados a esses. Em fim, espero que vocês tenham gostado, e que em 2014 temos novos assuntos para diversificar ente nós.

Também desejo que vocês tenham um ótimo ano pela frente, e possam realizar tudo o que desejam. E FELIZ NATAL E ANO NOVO, atrasados... rs

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

As raças de Homens de ouro

Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias, tradução de Mary de Camargo Neves Lafer. São Paulo: Iluminuras, 1990.

Pandora foi quem iniciou a degradação da Humanidade.

Para Explicá-la, Hesíodo introduz o mito das Cinco Eras. 

No mito das Eras, as raças parecem suceder-se segundo uma ordem de decadência progressiva e regular.

De início, a humanidade gozava de uma vida paradisíaca, muito próxima da dos deuses, mas, se foi degenerando e decaindo até atingir a Era ou Idade do Ferro, em que o poeta lamenta viver, pois nesta tudo é maldade: até a Vergonha e a Justiça abandonaram a Terra.

Cada uma das Idades está “aparentada” com um metal, cujo nome toma e cuja hierarquia se ordena do mais ao menos precioso, do superior ao inferior: Ouro, Prata, Bronze, Ferro.

O que surpreende é que Hesíodo tenha intercalado entre as duas últimas mais uma: – a Era dos Heróis, que não possui correspondente metálico algum.

Há os que procuram explicar o fato por uma preocupação historicista, já que o poeta sabia que antes dele tinham vivido homens e heróis notáveis, que se imortalizaram em Tróia e em Tebas.

1ª – Raça Ouro

Era de Ouro dos Homens
Era de Ouro dos Homens

Se queres, com outra estória esta encimarei; bem e sabiamente lança-a em teu peito! [Como da mesma origem nasceram deuses e homens.] Primeiro de ouro a raça dos homens mortais criaram os imortais, que mantêm olímpicas moradas. Eram do tempo de Cronos, quando no céu este reinava; como deuses viviam, tendo despreocupado coração, apartados, longe de penas e misérias; nem temível velhice lhes pesava, sempre iguais nos pés e nas mãos, alegravam-se em festins, os males todos afastados, morriam como por sono tomados; todos os bens eram para eles: espontânea a terra nutri fruto trazia abundante e generoso e eles, contentes, tranqüilos nutriam-se de seus pródigos bens. Mas depois que a terra a esta raça cobriu eles são, por desígnios do poderoso Zeus, gênios corajosos, cônicos, curadores dos homens mortais. [Eles então vigiam decisões e obras malsãs, vestidos de ar vagam onipresentes pela terra]. E dão riquezas: foi este o seu privilégio real.  (HESÍODO)

Os homens mortais da idade de ouro foram criados pelos próprios imortais do olimpo, durante o reinado de Cronos.

Viviam como deuses e como reis, tranquilos e em paz.

O trabalho não existia, porque a terra, espontaneamente,  produzia tudo para eles.

Sua raça denomina-se de ouro, porque é o simbolo da realeza.

Jamais envelheciam e sua morte assemelhava-se a um sono profundo.

Após deixarem esta vida, recebiam o privilégio real, tornando-se intermediários na terra entre os deuses e seus irmãos viventes.

Esses grandes intermediários, assumem em “outra vida” as duas funções que, segundo a concepção mágico-religios, definem a virtude benéfica de um bom rei: como guardiães dos homens, velam pela observância da justiça e, como dispensadores de riquezas, favorecem a fecundidade do solo e dos rebanhos.

Curioso é que Hesíodo emprega as mesmas expressões, que definem os “reis” da Era de Ouro, para qualificar os “reis” justos do seu século.

Os homens da Era de Ouro vivem como deuses; os reis justos do tempo do poeta, quando avançam pela assembléia e, por meio de suas palavras mansas e sábias, fazem cessar o descomedimento, são saudados como um deus.

E assim como a terra, à época da Era de Ouro, era fecunda e generosa, igualmente a cidade, sob o governo de um rei justo, floresce em prosperidade sem limites.

Ao contrário, o rei que não respeita o que simboliza seu cetro, afastando-se do caminho, transforma a cidade em destruição, calamidade e fome.

É que, por ordem de Zeus, trinta mil imortais invisíveis vigiam a piedade e a justiça dos reis.
Nenhum deles, que se tenha desviado, desixará de ser castigado, mais cedo ou mais tarde.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A raça de Homens de Prata

2ª – Raça de Prata

Era de Prata dos Homens
Era de Prata dos Homens

Então uma segunda raça bem inferior criaram, argêntea, os que detêm olímpica morada; à áurea, nem por talhe nem por espírito, semelhante; mas por cem anos filho junto à mãe cuidadosa crescia, menino grande, em sua casa brincando, e quando cresciam e atingiam o limiar da adolescência pouco tempo viviam padecendo horríveis dores por insensatez; pois louco Excesso não podiam conter em si, nem aos imortais queriam servir nem sacrificar aos venturosos em sagradas aras, lei entre os homens segundo o costume. Então Zeus encolerizado os escondeu porque honra não davam aos ditosos deuses que o Olimpo detêm. Depois também esta raça sob a terra ele ocultou e são chamados hipotônicos, venturosos pelos mortais, segundos, mas ainda assim honra os acompanha.

Foram mais uma vez, os deuses os criadores da raça de prata, que é também um metal precioso, mas inferior ao ouro.

Os homens da idade de prata mantêm-se afastados tanto na guerra, quanto dos labores campestres.

Os “reis” da raça de prata se negam a oferecer sacrifícios aos deuses e a reconhecer a soberania de Zeus.

Exterminados por Zeus, os homens da raça de prata, recebem, no entanto, após o castigo, honras menores é verdade, mas análogas às tributadas aos homens da Era de Ouro: tornam-se intermediários entre os deuses e os homens, mas agindo de baixo para cima, na outra vida.

Além do mais, os mortais da raça argêntea apresentam fortes analogias com os Titãs: o mesmo caráter, a mesma função, o mesmo destino.

Orgulhosos e prepotentes, mutilam a seu pai Urano e disputam com Zeus o poder sobre o universo.
Os Titãs têm por vocação, o poder.

Face a Zeus, todavia, que representa para Hesíodo a soberania da ordem, aqueles simbolizam o mando e a arrogância da desordem.

De um lado, portanto, estão Zeus e os homens da Era de Ouro, projeções do rei justo; de outro, os Titãs e os homens da Era de prata, símbolos de seu contrário.

Na realidade, o que se encontra no relato das duas primeiras eras é a estrutura mesma dos mitos hesiódicos da soberania.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Raça dos Homens de Ferro

 5ª – Raça Ferro

A era dos homens de ferro
A era dos homens de ferro

Antes não estivesse eu entre os homens da quinta raça, mais cedo tivesse morrido ou nascido depois. Pois agora é raça de ferro e nunca durante o dia cessarão de labutar e penar e nem à noite de se destruir; e árduas angústias os deuses lhes darão. Entretanto a esses males bens estarão misturados. Também esta raça de homens mortais Zeus destruirá, no momento em que nascerem com têmporas encanecidas. 

Nem pai a filhos se assemelhará, nem filhos a pai; nem hóspedes a hospedeiro ou companheiro a companheiro, e nem irmão a irmão caro será, como já havia sido; vão desonrar os pais tão logo estes envelheçam e vão censurá-los, com duras palavras insultando-os; cruéis; sem conhecer o olhar dos deuses e sem poder retribuir aos velhos pais os alimentos; [com a lei nas mãos, um do outro saqueará a cidade] graça alguma haverá a quem jura bem, nem ao justo nem ao bom; honrar-se-á muito mais ao malfeitor e ao homem desmedido; com justiça na mão, respeito não haverá; o covarde ao mais viril lesará com tortas palavras falando e sobre elas jurará. 

A todos os homens miseráveis a inveja acompanhará, ela, malsonante, malevolente, maliciosa ao olhar. Então, ao Olimpo, da terra de amplos caminhos, com os belos corpos envoltos em alvos véus, à tribo dos imortais irão, abandonando os homens, Respeito e Retribuição; e tristes pesares vão deixar, aos homens mortais. Contra o mal força não haverá.

Pandora abre a caixa das doenças, dos vícios e da morte - Waterhouse
 Pandora abre a caixa das 
doenças, dos vícios e da morte - Waterhouse

No mito de Prometeu e Pandora, Hesíodo nos dá um panorama da Era de Ferro: doenças, a velhice e a morte; a ignorância do amanhã e as incertezas do futuro; a existência de Pandora, a mulher fatal, e a necessidade premente do trabalho. Uma junção de elementos tão díspares, mas que o poeta de Ascra distribui num quadro único. As duas Érides, as duas lutas, se constituem na essência da era de ferro.

A causa de tudo foi o desafio a Zeus por parte de Prometeu e o envio de Pandora (vide mito de Pandora em Prometeu – no meu blog: Os deuses do Olimpo e a Guerra de Tróia). Desse modo, o mito de Prometeu e Pandora forma as duas faces de uma só moeda: a miséria humana na Era de Ferro.

A necessidade de sofrer e batalhar na terra para obter o alimento é igualmente para o homem a necessidade de gerar através da mulher, nascer e morrer, suportar diariamente a angústia e a esperança de um amanhã incerto.

É que a Era de Ferro tem uma existência ambivalente e ambígua, em que o bem e o mal não estão somente amalgamados, mas ainda são solidários e indissolúveis.

Eis aí por que o homem, rico de misérias nesta vida, não obstante se agarra a Pandora, “o mal amável”, que os deuses ironicamente lhe enviaram.

Se este “mal tão belo” não houvesse retirado a tampa da jarra, em que estavam encerrados todos os males, os homens continuariam a viver como antes, “livres de sofrimento, do trabalho penoso e das enfermidades dolorosas que trazem a morte”.

As desgraças, porém despejaram-se pelo mundo; resta, todavia, a Esperança, pois afinal a vida não é apenas infortúnio: compete ao homem escolher entre o bem e o mal.

Pandora é, pois, o símbolo dessa ambiguidade em que vivemos. Em seu duplo aspecto de mulher e de terra, Pandora expressa a função da fecundidade, tal qual se manifesta na Era de Ferro na produção de alimentos e na reprodução da vida.

Já não existe mais a ambundância espontânea da Era de Ouro; de agora em diante é o homem quem desposita a sua semente no seio da mulher, como o agricultor a introduz penosamente nas entranhas da terra.

Toda riqueza adquirida tem, em contrapartida, o seu preço. Para a Era de Ferro a terra e a mulher são simultaneamente princípios de fecundidade e potências de destruição: consomem a energia do homem, destruindo-lhe, em consequência, os esforços; “esgotam-no, por mais vigoroso que seja”, entregando-o à velhice e à morte, “ao depositar no ventre de ambas” o fruto de sua fadiga.