Curiosidade da Mitologia
No alto do monte Olimpo, protegidos da curiosidade dos homens por nuvens
espessas, os imortais – deuses e deusas – conversam alegres e
despreocupados em volta da mesa de um grande banquete. Reinam a harmonia
e o contentamento. De repente, uma pedra imensa cai bem no meio da
festa, provocando um começo de pânico.
– Quem teve a ousadia? – grita Zeus, o rei dos deuses, no meio da confusão geral que se estabelece.
As divindades mal têm tempo de se recuperar do espanto, e já uma série
de blocos de pedra, acompanhada de tochas em chamas, começa a cair sobre
o Olimpo.
Os imortais se reúnem assim que podem examinam a situação; que, pelo
jeito, é muito preocupante. Sobre todas as montanhas da vizinhança,
destacam-se as silhuetas de vinte e quatro titãs, gigantes de longas cabeleiras, com barbas cerradas e pés em forma de serpente. São eles os
autores desse bombardeio que devasta o Olimpo. Filhos da Terra, esses
horríveis seres resolveram destronar Zeus, expulsar as outras divindades
e tomar seus lugares.
No momento, beneficiam-se do efeito-surpresa e, se não, houver uma reação rápida, talvez atinjam seus objetivos.
Hera, a mulher de Zeus, está com um ar especialmente sombrio. Sabe que
nenhum desses titãs pode ser morto por um deus. Só um mortal, vestido
com uma pele de leão, poderia deixá-los num estado em que não
conseguiriam mais fazer mal a ninguém. A deusa também revela ao marido
que a guerra estará perdida se não se colher uma planta misteriosa,
escondida num lugar secreto, a qual tem o poder de tornar invencível
quem a encontrar.
Preocupado, Zeus chama Atena, a deusa da sabedoria, e conversa
longamente com ela. Depois, manda-a em busca de Héracles, o herói da
pele de leão, e ordena que o Sol, a Aurora e a Lua apaguem suas luzes.
Quando tudo fica escuro, Zeus desce do Olimpo e, tateando, procura e
encontra a tal planta mágica. Em seguida, leva-a de volta à morada dos
deuses, aonde Héracles acaba de chegar.
Agora, os deuses estão prontos a enfrentar os inimigos
Fazendo pontaria no chefe dos titãs, Héracles lança uma flecha e atinge o
gigante. O monstro cai no chão, mas, para surpresa geral, levanta-se
imediatamente, mais vigoroso e alerta do que antes. Atena compreende
tudo e grita:
– Depressa, Héracles! Essa criatura recupera as forças quando está em contato com sua terra natal. Carregue-a para bem longe!
Enchendo-se de coragem, o herói salta sobre o gigante, agarra com seus
braços fortes e leva-o a um país longínquo, onde o mata com um golpe de
maça.
Enquanto isso, a batalha continua, cruel. Todos os deuses lançam-se ao
combate. Hefesto, o ferreiro manco, deixa em brasa os ferros e funde
metal. Apolo, deus do Sol, lança flechas assustadoras. Posídon, senhor
dos mares, empunha seu tridente. Apenas as deusas pacíficas, como
Deméter e Héstia, ficam à margem da luta. Assustadas, trêmulas,
contemplam o terrível espetáculo. Atena, por sua vez, descobre uma nova
arma: erguendo rochas pesadíssimas, lança-as sobre os atacantes.
No entanto, mesmo se as pancadas dos deuses e das deusas conseguissem
abater os titãs, não seriam suficientes para eliminá-los, pois, mesmo
feridos, esses seres imundos voltam à luta. Por isso, é necessário que
Héracles lhes dê um golpe de misericórdia: desfere golpes fortíssimos
com sua maça e atira flechas com grande destreza.
Daí a algum tempo, a maioria dos gigantes jaz no chão. Os que ainda se
agüentam em pé compreendem que sobram poucos, e a derrota agora lhes
parece inevitável. Fogem desesperadamente e se dispersam sobre a Terra,
perseguidos pelos. deuses, que querem completar sua vitória.
Um dos titãs, Encélado, que corre mais depressa que os outros, acha que
está seguro longe da Grécia, mas Atena o descobre. Agarrando um rochedo
gigantesco, ela o lança com violência sobre Encélado. Achatado pelo
projétil em pleno mar, desde esse dia o titã passa a ser a ilha da
Sicília.
Com um só golpe de tridente, Posídon racha em duas a ilha de Cós e joga
uma das partes sobre outro titã, o qual fica esmagado sob uma nova ilha:
Nisiro.
Assim, um por um, os titãs são todos derrotados.
Entretanto, não pense que eles morreram. Seus corpos estão debaixo da
terra, é verdade. Mas as numerosas erupções vulcânicas provam que
continuam vivos, tão perigosos e malvados quanto antes.
Héracles parte para outras aventuras, e os deuses voltam ao Olimpo. Logo
está tudo arrumado de novo, e o banquete interrompido pode prosseguir.
Em volta do trono de Zeus, deuses e deusas reencontram sua alegria,
tomando sua bebida habitual, o néctar, e deliciando-se com seu petisco
favorito, a ambrosia. A conversa continua descontraída, como se nada
houvesse acontecido. Afinal, são imortais. Têm todo o tempo do mundo.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Os principais deuses, suas características, mitos associados e algumas preferências.
É o orixá da guerra e do fogo.
Conhecido também como ferreiro, é uma espécie de herói civilizador
africano à medida que conhece os segredos da forja necessários para a
fabricação de instrumentos agrícolas e de guerra. Por isso, seus
símbolos são a espada e ferramentas como a enxada e a pá. No mito, Ogum
teria sido filho do rei Odudua, fundador da cidade de Ifé (o principal
centro divulgador da cultura iorubana da África) e conquistador de
vários reinos. No Brasil, suas virtudes para o combate o aproximavam dos
santos guerreiros como santo Antônio, que já no século XVI era
considerado protetor dos portugueses contra os invasores luteranos.
Santo Antônio recebeu diversas honrarias militares nas províncias
brasileiras; foi alistado como soldado, chegando inclusive a ser
promovido a capitão pelo governador da Bahia em 1705. Outro sincretismo
de Ogum foi com são Jorge, ocorrido principalmente no Rio de Janeiro.
Este santo guerreiro, retratado em seu cavalo, de onde combate e vence
com uma lança um dragão, era também venerado pelo Exército. Na guerra do
Paraguai, na qual lutaram muitos negros, atribuiu-se à proteção de são
Jorge (e, portanto, a Ogum) a vitória dos brasileiros na Batalha de
Humaitá. No rito jeje, corresponde a Ogum o vodum Doçu, filho do rei,
tido como cavaleiro que dança usando um chicote e também associado a são
Jorge. No rito angola, o deus guerreiro é Incoce ou Roxo Mucumbe.
EXU
Divindade mensageira entre os
homens e os orixás e destes entre si. Um dos deuses mais polêmicos das
religiões afro-brasileiras. Desde sua origem na África está associado ao
poder de fertilização e à força transformadora das coisas. Nada se faz,
portanto, sem sua permissão. Entre os objetos que o representam está o
ogó, instrumento de madeira esculpido em forma de pênis e adornado com
cabaças e búzios, que representam os testículos e o sêmen. Espírito
justo, porém vingativo, Exu nada executa sem obter algo em troca e não
esquece de cobrar as promessas feitas a ele. Um mito iorubano conta que
dois amigos esqueceram de fazer as oferendas devidas a Exu. este colocou
então na cabeça um chapéu pintado de um lado vermelho e de outro
branco. Ao passar entre os dois amigos, cumprimentou-os e prosseguiu. Os
amigos intrigados se questionaram: " Quem seria o andarilho com aquele
chapéu vermelho?". O outro retrucou: "Não, o chapéu era branco".
Discutindo a respeito da cor do chapéu, os amigos começara a brigar até
se matar... O dia de Exu é a segunda-feira, dia das almas no calendário
católico, e sua comida preferida é o galo, farofa de dendê, pimenta e
cachaça. Por ser o mensageiro entre os mundos, também esta relacionado
com a morte, por isso recebe oferenda em cemitérios e na encruzilhadas
(onde os caminhos se encontram). No rito jeje, o deus mensageiro e
Elegbará, Legba ou Bará (conforme se diz no batuque gaúcho). No rito
angola é Aluviá.
OGUM
OXÓSSI
Orixá da mata, caçador que
retira desta seu sustento e o da sua tribo. Na África, era cultuado
pelas famílias reais da cidade de Kêto, da qual fora rei. No Brasil,
tornou-se padroeiro desta nação e uma das divindades mais populares do
candomblé. Em alguns mitos, Oxóssi e Ogum aparecem como irmãos,
lembrando que também era função dos caçadores combater os inimigos e,
ainda, a importância dos instrumentos de ferro forjado para a caça. No
rito jeje, o deus da caça é Azacá. No rito angola, é Mutacalombo e
Congombira. Na Bahia, Oxóssi foi associado com são Jorge, por ser este
santo um "caçador de dragões". No Rio de Janeiro, foi associado com são
Sebastião, talvez pelo martírio deste santo, que é representado amarrado
a uma árvore e com o corpo cravado por flechas. Em Pernambuco, o deus
africano da caça é visto como são Miguel, o anjo "caçador de demônios"
que vence com uma espada.
OBALUAIÊ, OMOLU, XAPANÃ
Orixá
das doenças, das epidemias, da varíola e demais enfermidades
contagiosas e de pele. Obaluaiê traz no próprio corpo as marcas de todas
as doenças que carrega. Por este motivo, veste-se com um chapéu em
forma de manto feito de palha-da-costa (fios desfiados de dendezeiro),
para que ninguém veja o seu corpo. No Brasil, o culto a Obaluaiê
revestiu-se de grande seriedade e temor devido aos poderes que lhes são
atribuídos de curar ou de espalhar a peste. No período colonial, devido à
grande incidência de doenças contagiosas a que estavam expostos os
escravos e a população em geral, seu culto foi associado aos dos santos
católicos protetores dos homens contra os males físicos, como são
Lázaro, que traz o corpo coberto por chagas. Para obter a proteção de
Obaluaiê e de são Lázaro, nas igrejas destes santo, em Salvador,
todas as segundas-feiras os devotos do candomblé costumam espalhar
pipocas pelo chão, o alimento preferido de Obaluaiê, que lembra as
marcas deixadas pela varíola em sua pele. Obaluaiê também foi associado
com são Roque, santo que dedicou sua vida a tratar dos doentes
emprestados. Cona-se que são Roque, tendo contraído o vírus da peste,
retirou-se para uma choupana, onde um cachorro das imediações todos os
dias levava um pão para o seu sustento. Curado milagrosamente, volta
para a sua cidade natal, onde por injustiça é preso, vindo a morrer no
cárcere. No rito jeje, o deus das doenças é Acossi Sapatá, e no rito
angola é conhecido, entre outros nomes, por Cavungo ou Cafunã.
OXUMARÊ
Orixá
cuja representação é a cobra que morde a própria cauda, aludindo ao
ciclo dos movimentos e das transformações. Associado ao arco-íris,
veste-se com colares de búzios, que representa a riqueza da qual é
provedor. Um mito narra que nasceu do ventre de sua mãe, Nanã, como
menina, chamada Bessem, porém depois se transformou em cobra. Por isso,
em muitos terreiros, pode ser masculino e feminino, alternadamente. Os
ciclos da chuva e seca, que se alternam também, são considerados
consequências das transformações místicas de Oxumarê.
OSSAIM
Divindade
das folhas, ervas e medicamentos feitos a partir delas. Seu domínio é o
mesmo de Oxóssi, a mata. Pela importância litúrgica que têm as folhas
no candomblé (na louvação dos orixás, na preparação de banhos rituais
etc.) e pelos seus poderes medicinais, o culto a Ossaim desempenhou um
papel fundamental no desenvolvimento do candomblé. Tido muitas vezes
como divindade que possui apenas uma perna, Ossaim foi associado com
alguns "encantados" dos mitos indígenas, como o caipora indígena e
posteriormente o saci-pererê, que também possuem apenas uma perna e
habitam as matas brasileiras. No rito angola, o inquice das folhas é
chamado de Catendê e no rito jeje é Aguê. Ossaim pode aparecer associado
com são Benedito, são Roque e são Jorge.
XANGÔ
Rei
da cidade de Oyó, uma das principais de língua ioruba, esse orixá
aparece nos mitos como senhor dos raios e do trovão, aquele que solta
fogo pela boca. Seu símbolo é o machado de duas faces. Normalmente,
quando seus filhos o incorporam nos candomblés, usam uma coroa mostrando
a condição de rei deste orixá. Foi associado com são Jerônimo, que é
retratado como um velho imponente sentado ao redor de livros e tendo aos
seus pés um leão, símbolo da realeza entre os iorubás. No rito jeje, o
vodum Badé-Quevioso é um dos responsáveis pelo controle dos astros,
raios, trovões e tempestades. Geralmente é festejado no dia de são
Pedro, com que também é associado por ser este santo católico o
"porteiro do céu" e ser retratado nas nuvens. No rito angola, seu nome é
Zaze.
OXUM
Divindade
da água doce dos lagos, fontes e cachoeiras. na África, está
relacionada com a fertilidade das mulheres e com a riqueza dela
decorrente, já que é pela procriação que se garante a continuidade das
famílias e a subsistência das comunidades. Por estas características seu
culto no Brasil foi somado à Nossa Senhora da Conceição. Sua cor é o
amarelo e sua insígnia e o ababé (leque com espelho). O correspondente
Oxum no rito jeje é Aziritoboce. E no rito angola é Quissambo ou Samba.
LOGUNEDÉ
Na
África, é um orixá da caça, filho de Oxóssi (Erinlé) com Oxum. No
Brasil, é cultuado como divindade "meji" ou "meta-metá", pois seis meses
vive no domínio de sua mãe, as águas, onde se apresenta como mulher e
se alimenta de peixes,e seis meses vive no reino de seu pai, as matas,
onde se apresenta como homem e se alimenta dos animais que caça. Por
este motivo, é considerado provedor, ágil e esbelto, como seu pai, e
vaidoso, volúvel e dengoso, atributos de sua mãe. Em homenagem aos seus
pais, suas cores são o azul e o amarelo e suas insígnias, o arco e
flecha e o abebé.
IANSÃ OU OYÁ
Deusa
dos vento, raios e tempestades, domínio que divide com seu marido
Xangô. o culto aos mortos também está relacionado a Iansã, que segundo o
mito, preparou roupas especiais para vestir os mortos (chamados de
egungum), que assim poderiam voltar à Terra e falar com seus
descendentes. Sob o culto de Iansã, a devoção às almas presente no
catolicismo popular pôde encontrar correspondência. Iansã também foi
associada a santa Bárbara, que atraiu a fúria de seu pai ao se converter
ao catolicismo. Condenada à morte, foi o próprio pai que lhe cortou a
cabeça, ato seguido por uma terrível tempestade e um raio que atingiu o
executor da santa. Por este motivo, santa Bárbara tem a seu favor o
poder dos raios, dos ventos e da tempestade, como Iansã. A imagem de
santa Bárbara é uma mulher jovem com uma espada, o que contribuiu ainda
mais para associá-la ao caráter guerreiro de Iansã. No rito jeje,
aentidade dos trovões é Sobô. No rito angola, ela é chamada de
Bambuburucema ou Matamba.
OBÁ
Orixá
guerreira, foi a terceira mulher de Xangô. na Nigéria, é cultuada no
rio que leva o seu nome e cujas águas se encontram com as do rio Oxum,
outra esposa de Xangô. Os mitos contam que essas duas entidades são
rivais na disputa pela atenção do marido comum. Um desses mitos narra
Oxum como exímia cozinheira, que finge preparar um prato feito com a
própria orelha para ofertar a Xangô. Obá, instruída por Oxum e
acreditando que o marido apreciava aquele manjar, corta a própria orelha
para lhe servir. Descoberta a fraude, Obá investe contra a rival.
Xangô, enfurecido com o episódio, atira-se sobre as duas, que, ao fugir
se transformam em rios. Nos terreiros, Obá, ao dançar, esconde com uma
das mãos ou com um pano amarrado à cabeça a região da orelha decepada.
NANÃ
Nanã
Buruku é considerada uma divindade anciã. Seu domínio é o barro, ou a
terra umedecida pela água, que serviu de matéria-prima com a qual os
homens teriam sido criados por Oxalá. Por isso, está associada tanto aos
primórdios do mundo como à morte, pois a ela retorna o corpo dos homens
depois de mortos. Seu culto reveste-se de muita solenidade. É tida
como a mãe de Obaluaiê e sua principal insignia é o ibiri, espécie de
bastão (ou vassoura) em forma oval, feito de nervuras de folhas de
palmeira e que representaria o ventre de onde teriam surgido os homens e
os deuses antepassados. Quando incorporada, dança lentamente como que
se apoiando num cajado com o qual remexe a terra umedecida. está
associada a santa Ana.
IEMANJÁ
Divindade
das águas, tida como mãe de todos os outros orixás. Na África, era um
rio que para fugir de seu marido desembocou no mar, onde passou a viver
junto de sua mãe Okum. No Brasil, é cultuada sobretudo no mar, sendo
associada com outros "encantados" das águas, de origem indígena. Daí ser
louvada também como Rainha do Mar, Janaína, Mãe D'água, Sereia, Iara
etc. No rito jeje, a divindade da água salgada é Abé, representada pela
estrela guia que caiu no mar. No rito angola, o mar é representado por
Mãe Danda (Dandalunda) ou Quissimbe. A festa de Iemajá, quando é costume
dos devotos levar presentes ao mar, tem reunido milhares de pessoas e
vem sendo realizada desde o século passado em praias, diques, fontes e
lagos ao longo de quase todo o litoral brasileiro e em várias cidades do
interior. Devido à relação de Iemanjá com a maternidade, seu culto no
Brasil foi aproximado ao de Nossa Senhora em várias louvações.
OXALÁ
Grande
orixá da criação. No princípio, Oxalá foi designado por Oludumare (O
Ser Supremo) para criar todo o mundo, tendo para isso recebido o "saco
da criação" e o poder de realização (axé). Contudo esqueceu-se de fazer
as oferendas a Exu, que resolveu se vingar provocando-lhe uma enorme
sede. Desesperado, ele se embriaga com vinho de palmeira e adormece.
Olodumare, ao saber do ocorrido, designa Odudua, o segundo deus criado
depois de Oxalá, para substituir o orixá embriagado. Odudua espalha,
então, a substância do saco da criação sobre a superfície da água até
formar um monte. Neste monte coloca uma galinha, que ciscando vai
espalhando continuamente a terra até cobrir a superfície das águas. Foi
neste monte que se eregiu a cidade de Ifé, centro da religião iorubá.
como consolação coube a Oxalá modelar com o barro o corpo dos homens
sobre o qual Olodumare soprou para dar-lhe vida. Devido a estas
características, o culto a Oxalá foi relacionado com a devoção católica a
Jesus, também filho do criador supremo e salvador dos homens na Terra.
Exemplo dessa associação entre Jesus e Oxalá aparece numa das festas
mais populares na Bahia, a lavagem da igreja do senhor do Bonfim, que
alude a um mito africano. O velho Oxalá resolveu visitar seu amigo
Xangô, rei de Oyó. Após longa jornada, ao entrar nesta cidade, encontrou
perdido o cavalo de Xangô. Tentando amansá-lo, foi visto pelos soldados
do rei, que logo o tomaram por um ladrão. Oxalá foi atirado na prisão e
lá ficou por sete anos. Durante esse período grandes catástrofes
acometeram o reino de Oyó: seca, epidemias e esterilidade das mulheres.
Xangô consultou o adivinho e ficou sabendo da prisão injusta de seu
amigo Oxalá. Como forma de desculpar-se, ordenou que todos de seu reino
vestissem roupas brancas (a cor de Oxalá) e buscassem água três vezes
seguidas para banhar Oxalá. Na lavagem da igreja do Bonfim o costume
católico de lavar o chão da igreja como ato de devoção forneceu à
população uma ocasião de comemorar o banho de Oxalá. Assim, até hoje, os
adeptos do candomblé, vestidos de branco e carregando na cabeça jarros
com água, fazem uma grande procissão até a igreja onde lavam seu chão
com a água dos jarros, homenageando ao mesmo tempo o Senhor do Bonfim e
revivendo o mito de Oxalá. O avatar jovem deste orixá é Oxaguiã. No rito
jeje, a criação ficou a cargo do par Mavu-Lissa. Mavu representa o
princípio feminino e é completada por Lissa, o princípio masculino,
representado pelo Sol. No rito angola, a divindade da criação é Zambi ou
Lemba.
ERÊ
Tido
como espírito infantil, o erê desempenha a função de falar pelo orixá,
que em geral não fala, a não ser em raras ocasiões. Cabe também ao erê
manter o transe do iniciado durante certos momentos rituais, como, por
exemplo, quando este está sendo paramentado com as vestes e insígnias do
seu orixá ou mesmo quando é necessário cumprir tarefas cotidianas no
terreiro. Ao final de longos períodos de transe, os erês geralmente são
chamados para "amenizar" o retorno do indivíduo à sua consciência. os
erês em geral comportam-se como crianças, pedindo balas e doces às
pessoas e se expressando com a dificuldade típica das crianças que ainda
estão aprendendo a falar. Chupam chupeta e muitas vezes falam coisas
embaraçosas por ainda não estarem cientes das regras sociais, ou mesmo
porque querem provocar confusões para se divertir.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Mitologia
Afro-brasileira
Das centenas de divindades cultuadas pelos povos
africanos que vieram para o Brasil, apenas uma quantidade bem reduzida recebe
devoção nos terreiros, ao lado daquelas que nasceram aqui, brasileiras,
sobretudo na umbanda. Deste vasto panteão, os orixás são os deuses mais
populares. Alguns deles são mais conhecidos como Iemanjá, Ogum e Xangô, este
último tão difundido que virou nome da religião em Pernambuco.
Acredita-se, no candomblé, que todos somos filhos
de orixás. Os principais são o orixá da frente ( de quem se diz é filho) e o de
"trás" (conhecido como "segundo santo" ou juntó). Daí o
pai-de-santo tocar com a mão a testa e a nuca quando quer saudar estas
entidades, respectivamente. Esses dois deuses formam um casal que protege seu
filho como se fossem pai e mãe. Outros deuses complementares também compõem com
estes principais o "enredo de santo" do filho, totalizando um número
que não passa de sete na maioria dos terreiros. Eles são referidos como
terceiro santo, quarto santo e assim sucessivamente. Finalmente, o erê,
espírito infantil, fecha o panteão pessoal no candomblé.
Quando uma pessoa quer saber a
que deus pertence, consulta o jogo de búzios, principal oráculo da religião.
Esse jogo consiste no lançamento de 16 conchas (cauris) pelo pai-de-santo numa
peneira. Conforme a posição em que caem (se com a face aberta ou fechada para
cima), indicam um signo (odu) associado a um mito do qual um ou mais orixás são
protagonistas. Dessa forma os deuses "respondem" a cada lance do jogo
e podem inclusive identificar que são seus filhos. Acredita-se que em geral, as
pessoas trazem as marcas de seu pertencimento ao orixá no se comportamento ou
nas suas características físicas, que tendem a reproduzir aos dos deuses.
Assim, pessoas magras e ágeis podem ser de Oxóssi; lentas e calmas, de Oxalá;
fortes e vaidosas, de Xangô etc.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Porque alguns dizem que os deuses eram gays ?!
A mitologia grega traz relatos de lendas que contam o amor entre homens, um costume comum e cultural daquela civilização. Ao contrário dos ensinamentos judaico-cristãos que viam nas relações entre duas pessoas do mesmo sexo um crime contra a natureza e a religiosidade da sua sociedade, a iniciação sexual na Grécia antiga através da pederastia era uma forma de elevação social, onde homens aristocratas mais velhos passavam os seus conhecimentos culturais, militares e religiosos aos mais jovens, usando para esse fim o amor através do sexo.
Amar um jovem adolescente constituía para a sociedade grega a representação do sentimento puro, sendo ele preparado para o amor à virtude, aos ideais helênicos e para a vida, inclusive a sexual. A passagem do adolescente pelas mãos de um homem mais velho era breve, encerrando-se tão longo ele entrasse na idade adulta e viril e que se casasse, assumindo as obrigações cívicas.
O jovem adolescente que não estabelecesse laços de amizade e de amor com um homem mais velho era menosprezado pela sociedade, visto que não tinha quem o ensinasse a sabedoria da vida e da filosofia, a arte da guerra e as virtudes de ser um bom cidadão. Não ser honrado com o amor de um homem mais velho era não cumprir com os costumes e deveres cívicos.
Para que estes costumes fossem legitimados, eram transmitidos através de exemplos da religião politeísta pelos deuses e heróis. Não são todos os deuses ou todos os heróis mitológicos que trazem lendas do amor viril entre homens, sendo uma honra apenas dos mais poderosos e populares.
Zeus (Júpiter), o senhor dos deuses, o mais poderoso do Olimpo, considerado o pai dos deuses e dos heróis de toda a Grécia, deixa a sua função procriadora para amar o jovem e belo Ganímedes. Poseidon (Netuno), o senhor dos mares, apaixona-se perdidamente pelo renascido Pélope, filho de Tântalo.
Apolo, o mais popular e cultuado dos deuses, tem o maior número de amantes homens de toda a mitologia, sendo o amor disputado com Zéfiro, o vento das brisas suaves, por Jacinto, o mais famoso. Héracles (Hércules), o mais famoso e poderoso dos heróis gregos, também traz uma lista de lendas em que se apaixona por vários jovens do mesmo sexo.
Teseu, o maior herói de Atenas, vive uma amizade viril com o amigo Pirítoo. Aquiles, o mais bravo guerreiro grego da famosa Guerra de Tróia, não esconde os seus amores por Pátroclo ou por Troilo. Finalmente Laio, pai de Édipo, o mais humano dos mitos gregos, ao raptar o príncipe Crisipo, levando-o à paixão e ao suicídio, desperta para si a maldição que teria feito sucumbir todas as gerações dos seus descendentes através da tragédia.
Assim, deuses olímpicos, reis gregos, heróis militares, todos eles, principais representantes da hierarquia aristocrática grega, justificam com as suas lendas, o costume da pederastia e amor entre homens como a erudição do sentimento perfeito e puro da iniciação sexual e da vida social dos seus cidadãos.
A mitologia grega traz relatos de lendas que contam o amor entre homens, um costume comum e cultural daquela civilização. Ao contrário dos ensinamentos judaico-cristãos que viam nas relações entre duas pessoas do mesmo sexo um crime contra a natureza e a religiosidade da sua sociedade, a iniciação sexual na Grécia antiga através da pederastia era uma forma de elevação social, onde homens aristocratas mais velhos passavam os seus conhecimentos culturais, militares e religiosos aos mais jovens, usando para esse fim o amor através do sexo.
Amar um jovem adolescente constituía para a sociedade grega a representação do sentimento puro, sendo ele preparado para o amor à virtude, aos ideais helênicos e para a vida, inclusive a sexual. A passagem do adolescente pelas mãos de um homem mais velho era breve, encerrando-se tão longo ele entrasse na idade adulta e viril e que se casasse, assumindo as obrigações cívicas.
O jovem adolescente que não estabelecesse laços de amizade e de amor com um homem mais velho era menosprezado pela sociedade, visto que não tinha quem o ensinasse a sabedoria da vida e da filosofia, a arte da guerra e as virtudes de ser um bom cidadão. Não ser honrado com o amor de um homem mais velho era não cumprir com os costumes e deveres cívicos.
Para que estes costumes fossem legitimados, eram transmitidos através de exemplos da religião politeísta pelos deuses e heróis. Não são todos os deuses ou todos os heróis mitológicos que trazem lendas do amor viril entre homens, sendo uma honra apenas dos mais poderosos e populares.
Zeus (Júpiter), o senhor dos deuses, o mais poderoso do Olimpo, considerado o pai dos deuses e dos heróis de toda a Grécia, deixa a sua função procriadora para amar o jovem e belo Ganímedes. Poseidon (Netuno), o senhor dos mares, apaixona-se perdidamente pelo renascido Pélope, filho de Tântalo.
Apolo, o mais popular e cultuado dos deuses, tem o maior número de amantes homens de toda a mitologia, sendo o amor disputado com Zéfiro, o vento das brisas suaves, por Jacinto, o mais famoso. Héracles (Hércules), o mais famoso e poderoso dos heróis gregos, também traz uma lista de lendas em que se apaixona por vários jovens do mesmo sexo.
Teseu, o maior herói de Atenas, vive uma amizade viril com o amigo Pirítoo. Aquiles, o mais bravo guerreiro grego da famosa Guerra de Tróia, não esconde os seus amores por Pátroclo ou por Troilo. Finalmente Laio, pai de Édipo, o mais humano dos mitos gregos, ao raptar o príncipe Crisipo, levando-o à paixão e ao suicídio, desperta para si a maldição que teria feito sucumbir todas as gerações dos seus descendentes através da tragédia.
Assim, deuses olímpicos, reis gregos, heróis militares, todos eles, principais representantes da hierarquia aristocrática grega, justificam com as suas lendas, o costume da pederastia e amor entre homens como a erudição do sentimento perfeito e puro da iniciação sexual e da vida social dos seus cidadãos.
domingo, 20 de outubro de 2013
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Visão Geral sobre os Mitos Celtas
Vamos começar primeiro com os Irlandeses
Os mitos celtas foram preservados através das tradições orais e através dos registros escritos de monges cristãos, poetas e escribas medievais, que se ocupavam em traduzir as lendas e os contos, que os celtas e seus descendentes contavam entre si.
O universo irlandês foi o que melhor conservou as tradições celtas, pois a Irlanda nunca fora invadida por Roma, portanto, seus mitos se tornaram mais precisos, mesmo que de forma oral. A escrita entre os celtas se deu, por volta do século V d.C. com a chegada do cristianismo através do monge São Patrício.
Os mitos Irlandeses
Muitos dos mitos irlandeses sofreram modificações conforme o contexto cristão, como é o caso dos contos irlandeses de "Lebor Gabála Érenn - O Livro das Invasões", uma coleção de manuscritos redigidos em forma de poema e prosa, que narram as origens míticas e histórias da Irlanda até o século XI.
O mais antigo manuscrito irlandês é o compêndio conhecido como, "O Livro da vaca marrom - Leabhar na hUidre", que contém parte da "Invasão do gado de Cooley - Cúailnge Tain Bó", no Ciclo de Ulster e que nos conta a saga do grande herói celta CuChulainn e suas façanhas.
A maioria dos registros históricos sobre os mitos celtas na mitologia irlandesa, está guardada e preservada em universidades e bibliotecas nacionais da Irlanda. Os manuscritos mais famosos são:
Existem algumas versões diferentes dos mesmos contos em cada um desses manuscritos. O mais famoso deles "Lebor Gabála Érenn - O Livro das Conquistas" possui interpretações mais detalhadas sobre vários contos, que também estão descritas no "Livro de Leinster", no "Livro de Ballymote", no "Livro Amarelo de Lecan" e no "Livro dos Fermoy".
Diante das várias formas de descrever os mitos irlandeses, citaremos uma visão geral sobre os contos celtas mais conhecidos, facilitando a pesquisa e o estudo, os quais foram divididos em quatro grandes ciclos principais:
1°- O Ciclo Mitológico Irlandês: o ciclo sobre a história mítica da Irlanda e suas origens, com uma série de invasões, dos Tuatha Dé Danann até a chegada dos Milesianos.
2°- O Ciclo de Ulster: ciclo sobre o reinado de Conchobar Mac Ness, Rei de Ulster, no início da era cristã, os feitos do herói CuChulainn e os guerreiros Ulaid, chamado antigamente de "Ciclo do Ramo Vermelho".
3°- O Ciclo Feniano: contos e baladas, por volta do século III, sobre a trajetória de Finn Mac Cumhail e o Salmão do Conhecimento, além do seu exército de guerreiros, os Fianna.
4°- O Ciclo Histórico ou dos Reis: ciclo das histórias e feitos dos reis Milesianos, que inclui alguns períodos históricos do Ciclo do Ulster, contada pelos antigos bardos.
Há ainda outras histórias que não se enquadram em nenhum desses ciclos e que falam sobre aventuras e viagens ao Outro Mundo, associados ao oeste e à água, conhecidas como Immram ou Immrama (no plural), que significa “Navegações”, em que se descrevem as jornadas místicas de heróis pelo mar rumo a Tir na nÓg, repleta de influência cristã.
Vamos começar primeiro com os Irlandeses
Os mitos celtas foram preservados através das tradições orais e através dos registros escritos de monges cristãos, poetas e escribas medievais, que se ocupavam em traduzir as lendas e os contos, que os celtas e seus descendentes contavam entre si.
O universo irlandês foi o que melhor conservou as tradições celtas, pois a Irlanda nunca fora invadida por Roma, portanto, seus mitos se tornaram mais precisos, mesmo que de forma oral. A escrita entre os celtas se deu, por volta do século V d.C. com a chegada do cristianismo através do monge São Patrício.
Os mitos Irlandeses
Muitos dos mitos irlandeses sofreram modificações conforme o contexto cristão, como é o caso dos contos irlandeses de "Lebor Gabála Érenn - O Livro das Invasões", uma coleção de manuscritos redigidos em forma de poema e prosa, que narram as origens míticas e histórias da Irlanda até o século XI.
O mais antigo manuscrito irlandês é o compêndio conhecido como, "O Livro da vaca marrom - Leabhar na hUidre", que contém parte da "Invasão do gado de Cooley - Cúailnge Tain Bó", no Ciclo de Ulster e que nos conta a saga do grande herói celta CuChulainn e suas façanhas.
A maioria dos registros históricos sobre os mitos celtas na mitologia irlandesa, está guardada e preservada em universidades e bibliotecas nacionais da Irlanda. Os manuscritos mais famosos são:
- Lebor Gabála Érenn (O Livro das Conquistas).
- Lebar na Núachongbála (O Livro de Leinster).
- Leabhar Baile an Mhota (O Livro de Ballymote).
- Leabhar Mór Mhic Fhir Bhisigh (O Grande Livro de Lecan).
- Leabhar Buidhe Lecain (O Livro Amarelo de Lecan).
- Leabhar Feirmoithe (O Livro dos Fermoy).
Existem algumas versões diferentes dos mesmos contos em cada um desses manuscritos. O mais famoso deles "Lebor Gabála Érenn - O Livro das Conquistas" possui interpretações mais detalhadas sobre vários contos, que também estão descritas no "Livro de Leinster", no "Livro de Ballymote", no "Livro Amarelo de Lecan" e no "Livro dos Fermoy".
Diante das várias formas de descrever os mitos irlandeses, citaremos uma visão geral sobre os contos celtas mais conhecidos, facilitando a pesquisa e o estudo, os quais foram divididos em quatro grandes ciclos principais:
1°- O Ciclo Mitológico Irlandês: o ciclo sobre a história mítica da Irlanda e suas origens, com uma série de invasões, dos Tuatha Dé Danann até a chegada dos Milesianos.
2°- O Ciclo de Ulster: ciclo sobre o reinado de Conchobar Mac Ness, Rei de Ulster, no início da era cristã, os feitos do herói CuChulainn e os guerreiros Ulaid, chamado antigamente de "Ciclo do Ramo Vermelho".
3°- O Ciclo Feniano: contos e baladas, por volta do século III, sobre a trajetória de Finn Mac Cumhail e o Salmão do Conhecimento, além do seu exército de guerreiros, os Fianna.
4°- O Ciclo Histórico ou dos Reis: ciclo das histórias e feitos dos reis Milesianos, que inclui alguns períodos históricos do Ciclo do Ulster, contada pelos antigos bardos.
Há ainda outras histórias que não se enquadram em nenhum desses ciclos e que falam sobre aventuras e viagens ao Outro Mundo, associados ao oeste e à água, conhecidas como Immram ou Immrama (no plural), que significa “Navegações”, em que se descrevem as jornadas místicas de heróis pelo mar rumo a Tir na nÓg, repleta de influência cristã.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Um pouquinho da Cultura Celta
Cultura
As manifestações artísticas celtas possuem marcante originalidade, embora denotem influências asiáticas e das civilizações do Mediterrâneo (grega, etrusca e romana). Há uma nítida tendência abstrata na decoração de peças, com figuras em espiral, volutas e desenhos geométricos. Entre os objetos inumados, destacam-se peças ricamente adornadas em bronze, prata e ouro, com incisões, relevos e motivos entalhados. A influência da arte celta está ainda presente nas iluminuras medievais irlandesas e em muitas manifestações do folclore do noroeste europeu, na música e arquitectura de boa parte da Europa ocidental. Também muitos dos contos e mitos populares do ocidente europeu têm origem na cultura dos celtas.
Alguns estereótipos modernos e contemporâneos foram associados à cultura dos celtas, como imagens de guerreiros portando capacetes com chifres e ou asas laterais (vide Asterix), comemorações de festas com taças feitas de crânios dos inimigos, entre outros. Essas imagens se devem em parte ao conhecimento divulgado sobre os celtas durante o século XIX.
Diógenes Laércio, na sua obra Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, comenta que a origem do estudo da filosofia era atribuída aos celtas, (entre outros povos considerados bárbaros). O conhecimento da filosofia era atribuído aos druidas e aos semnothei.
Massalia era um conhecido centro de aprendizagem onde os celtas iam aprender a cultura grega, a ler e a escrever.
Entre os eruditos da antiguidade de origem celta ou oriundos das regiões celtas são conhecidos Gneu Pompeu Trogo, Marcelo Empírico, Públio Valério Catão, Marco Antônio Gnífon, Cornélio Galo, Rutílio Cláudio Namaciano, Virgílio, Vibius Gallus Tito Lívio Cornélio Nepos e Sidônio Apolinário.
Cultura
As manifestações artísticas celtas possuem marcante originalidade, embora denotem influências asiáticas e das civilizações do Mediterrâneo (grega, etrusca e romana). Há uma nítida tendência abstrata na decoração de peças, com figuras em espiral, volutas e desenhos geométricos. Entre os objetos inumados, destacam-se peças ricamente adornadas em bronze, prata e ouro, com incisões, relevos e motivos entalhados. A influência da arte celta está ainda presente nas iluminuras medievais irlandesas e em muitas manifestações do folclore do noroeste europeu, na música e arquitectura de boa parte da Europa ocidental. Também muitos dos contos e mitos populares do ocidente europeu têm origem na cultura dos celtas.
Alguns estereótipos modernos e contemporâneos foram associados à cultura dos celtas, como imagens de guerreiros portando capacetes com chifres e ou asas laterais (vide Asterix), comemorações de festas com taças feitas de crânios dos inimigos, entre outros. Essas imagens se devem em parte ao conhecimento divulgado sobre os celtas durante o século XIX.
Diógenes Laércio, na sua obra Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, comenta que a origem do estudo da filosofia era atribuída aos celtas, (entre outros povos considerados bárbaros). O conhecimento da filosofia era atribuído aos druidas e aos semnothei.
Massalia era um conhecido centro de aprendizagem onde os celtas iam aprender a cultura grega, a ler e a escrever.
Entre os eruditos da antiguidade de origem celta ou oriundos das regiões celtas são conhecidos Gneu Pompeu Trogo, Marcelo Empírico, Públio Valério Catão, Marco Antônio Gnífon, Cornélio Galo, Rutílio Cláudio Namaciano, Virgílio, Vibius Gallus Tito Lívio Cornélio Nepos e Sidônio Apolinário.
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Quais são os Principais deuses Celtas ?
O termo "celta" normalmente é usado para identificar um povo que viveu seu auge no século 4 a.C., ocupando o noroeste do continente europeu e as ilhas britânicas. Como se dividiam em várias tribos independentes, os celtas também acabaram cultuando muitas lendas e deuses diferentes em cada região da Europa em que se espalhavam. Aqui, você confere quais são as divindades mais importantes dos dois principais grupos em que se divide a mitologia celta: a mitologia continental e a irlandesa.
Mitologia Continental
As divindades mais populares no noroeste do continente europeu.
Um dos mais antigos deuses celtas, Cernunnos tem orelhas e chifres de um cervo. É o senhor dos animais, sendo muitas vezes representado ao lado deles, alimentando-os. Ele tem o poder da mutação, podendo aparecer na forma de cobra, lobo ou cervo.
Os celtas têm diversos deuses da luz e do fogo batizados com a palavra bel, "brilhante" na língua deles - além de Belenus, Beletucadrus, por exemplo. Os celtas vêem esses deuses como uma só entidade, por possuírem funções e atributos parecidos.
A base dos mitos irlandeses são guerras entre duas raças divinas: os Tuatha Dé Danann e os Formorians. Dagda, deus da magia e da sabedoria, é um Tuatha e tem um taco com duas pontas: uma pode matar nove homens e outra pode ressuscitar os mortos!
Filho de Lugh, Cuchulain não é um deus, mas um herói guerreiro. Ele detona os inimigos com uma lança cheia de espinhos na ponta. Certa vez, porém, foi atingido por sua própria arma. Para poder continuar lutando, amarrou-se a um pilar de pedra!
Depois da morte, os celtas da Irlanda sempre saem ganhando
Segundo a mitologia irlandesa, todos os mortos seguem para um reino mítico chamado Mag Mell. Nas lendas, Mag Mell é citada ora como uma ilha a oeste da Irlanda, ora como uma espécie de reino submarino.
Mag Mell significa algo como "Planície da Felicidade". Esse reino, governado por Manannán Mac Lir, é um paraíso de prazeres onde a alegria dura para sempre, onde não há doença, julgamentos ou punições.
Para os celtas irlandeses, os vivos também podem chegar lá. Heróis envolvidos em aventuras, e até mesmo viajantes comuns, empurrados por uma tempestade, podem chegar ao mítico reino.
O termo "celta" normalmente é usado para identificar um povo que viveu seu auge no século 4 a.C., ocupando o noroeste do continente europeu e as ilhas britânicas. Como se dividiam em várias tribos independentes, os celtas também acabaram cultuando muitas lendas e deuses diferentes em cada região da Europa em que se espalhavam. Aqui, você confere quais são as divindades mais importantes dos dois principais grupos em que se divide a mitologia celta: a mitologia continental e a irlandesa.
Mitologia Continental
As divindades mais populares no noroeste do continente europeu.
Sucellus
Às vezes descrito como o rei dos deuses, Sucellus representa a
fertilidade e carrega um grande martelo de cabo longo. Ele usa o
poderoso martelo para golpear a terra, despertando as plantas e
convocando o início da primavera - época do plantio.
Taranis
Muito adorado no mundo celta, é o deus do trovão, que sempre atravessa o
céu em uma carruagem. Os relâmpagos são as faíscas produzidas pelos
cascos dos cavalos, enquanto o som do trovão é o barulho das rodas da
carruagem de Taranis.
Cernunnos
Um dos mais antigos deuses celtas, Cernunnos tem orelhas e chifres de um cervo. É o senhor dos animais, sendo muitas vezes representado ao lado deles, alimentando-os. Ele tem o poder da mutação, podendo aparecer na forma de cobra, lobo ou cervo.
Dea Matrona
Espécie de "deusa mãe" para os celtas continentais, é freqüentemente
representada como três mulheres carregando diferentes itens - como um
peixe ou uma cesta de frutas. O três é um número sagrado para os celtas.
Epona
A deusa da terra quase sempre aparece junto a um cavalo. O vigor e a
força do animal simbolizam o poder e a fertilidade da terra. Arqueólogos
acreditam que figuras de cavalos brancos entalhadas em cavernas
européias eram dedicadas a Epona.
Benelus
Os celtas têm diversos deuses da luz e do fogo batizados com a palavra bel, "brilhante" na língua deles - além de Belenus, Beletucadrus, por exemplo. Os celtas vêem esses deuses como uma só entidade, por possuírem funções e atributos parecidos.
Mitologia Irlandesa
Deuses, heróis e crenças que se desenvolveram principalmente na Irlanda.
Dagda
A base dos mitos irlandeses são guerras entre duas raças divinas: os Tuatha Dé Danann e os Formorians. Dagda, deus da magia e da sabedoria, é um Tuatha e tem um taco com duas pontas: uma pode matar nove homens e outra pode ressuscitar os mortos!
Lugh
Além de guerreiro, o deus dos raios do Sol e da luz é um artesão que
cria diversas armas mágicas - inclusive uma espada que pode cortar
qualquer coisa. Em uma batalha, Lugh assassinou o líder dos Formorians,
uma divindade chamada Balor.
Chuchulain
Filho de Lugh, Cuchulain não é um deus, mas um herói guerreiro. Ele detona os inimigos com uma lança cheia de espinhos na ponta. Certa vez, porém, foi atingido por sua própria arma. Para poder continuar lutando, amarrou-se a um pilar de pedra!
Morrigan
A deusa da guerra pode mudar sua forma humana para uma forma animal.
Quando aparece como um corvo, anuncia que a morte está próxima. Se ela
lavar a armadura de um guerreiro, também é sinal de que ele morrerá.
Finn Maccool
Caçador, profeta e guerreiro, Finn é outro herói da mitologia irlandesa.
Um de seus grandes feitos foi ter salvado os reis da Irlanda de um
goblin, uma criatura monstruosa que atormentava o lugar em que eles
viviam.
Manannán Mac Lir
O deus dos mares e do mundo dos mortos também é um Tuatha Dé Danann. Ele
deu a Lugh um barco mágico para ajudá-lo a combater os Formorians.
Manannán é o patrono da Irlanda e dos heróis irlandeses
Inferno não Rola
Segundo a mitologia irlandesa, todos os mortos seguem para um reino mítico chamado Mag Mell. Nas lendas, Mag Mell é citada ora como uma ilha a oeste da Irlanda, ora como uma espécie de reino submarino.
Mag Mell significa algo como "Planície da Felicidade". Esse reino, governado por Manannán Mac Lir, é um paraíso de prazeres onde a alegria dura para sempre, onde não há doença, julgamentos ou punições.
Para os celtas irlandeses, os vivos também podem chegar lá. Heróis envolvidos em aventuras, e até mesmo viajantes comuns, empurrados por uma tempestade, podem chegar ao mítico reino.
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