quarta-feira, 20 de junho de 2012

O Interior...

   Talvez esta seja a característica mais marcante, infelizmente, na vida de um vampiro. Todos os vampiros tem os instintos, mortais e imortais. Homens humanos contentemente sofrem uma ereção ao simplesmente ao ver uma fêmea da mesma espécie, ao mesmo tempo que uma mulher perde toda a sua racionalidade ao ser tocada. Tudo isso para assegurar a propagação da espécie. Da mesma forma, existe um instinto, mil vezes mais forte, que induz o vampiro a desejar o sangue. É como uma consciência interior, que os avisa de que o alimento é o sangue, e dele devem beber. É extremamente difícil de se controlar o vampiro, visto que como qualquer instinto, toma conta de seus pensamentos e anestesia o que chamamos de racionalidade, até que a fome esteja saciada. A parte mais cruel é que, se estiverem muito famintos, podem atacar um ente querido, um amigo, alguém que esteja do seu lado. Podemos até cometer canibalismo contra outros vampiros. Entenda que por mais conscientes que os vampiros são, os mortais não passam de ossos de cálcio envoltos por uma carne macia regada ao líquido que os seduz. Verdadeiros petiscos. Todos vocês são lindos. Da mais carismática criança até o mendigo mais sugismundo, vocês são criaturas lindas para eles. Desta forma, com esse instinto que ao mesmo tempo assegura a sobrevivência dos vampiros, os pondo num estado inconscientemente predatório, também os põe num estado posterior de remórcio e depressão. 

Imagine você mortal o que seria se acordasse de um transe sonâmbulo e se descobrisse que durante o sono matou toda a sua família? Tente imaginar a situação. Como se sentiria? Ao mesmo tempo que o vampirismo é uma glória que nos torna seres híbridos, também é uma maldição que nos condena ao sofrimento eterno. 

Imortalidade 

Nem todos possuem a energia para a imortalidade. Nem todo o vampiro consegue viver para sempre como um assassino. Se já leu ou viu Interview With The Vampire (Entrevista Com O Vampiro), vai entender isso pelos olhos do Vampiro Loui. Muitos dos vampiros são como ele. Assim como não podem viver sem sangue, não podem viver muito tempo sem um companheiro vampiro. O instinto interior que os acompanha desde a Transformação fazem os vampiros apaixonar-se com muita facilidade. E logo eles  encontraram alguém com quem desejam estar para sempre, alguém que não querem ver ser tragado pelo tempo, pela velhice, e pela morte, tornado-o um como eles. Não podem viver entre os mortais. Não podem se aproximar muito daqueles que têm o privilégio de envelhecer. De morrer. De nascer de novo para uma nova vida. Imagine você se fosse um vampiro. Um imortal. Alguém para quem o tempo nada significa além de algo que passa, leva o que era velho e traz o novo para mais perto. E você fica. Intacto. Você provavelmente, em alguma ocasião, irá se apaixonar por alguém. Entenda que a paixão de um vampiro não significa a união de dois seres como num casamento. Não representa sexo. Pode ser alguém que se tornou seu melhor amigo. Uma senhora que lembra sua mãe em vida. Um velho sábio. Alguém que nasceu com um dom que te encanta, ou mesmo uma musa, uma mulher, que consideras como sendo sua alma gêmea. Você deixaria essa pessoa viva? Deixaria que o tempo a levasse, que esculpisse rugas em seu corpo e enfraquecesse sua vitalidade até que numa iminente ocasião, não seja mais nada além de pó? Deixaria que a imortalidade o privasse de ficar com essa pessoa para sempre? Eu duvido muito. Não conheço muitas exceções. Certamente presentearia o teu amor com o Dom Negro. Com O Presente Das Trevas. Com A Maldição. E assim, consuma-se a transformação. Agora você, como a maioria de nós, tem alguém a quem amar. A quem dividir sua eternidade. Isso às vezes alivia a dor de nunca morrer. 

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