sábado, 9 de novembro de 2013

O começo da Mitologia Japonesa

Há milhares de anos, no Japão, acreditava-se que os deuses, feras e humanos conviviam na mesma terra. Os humanos ofereciam sacrifícios aos deuses em gratidão aos poderes sobrenaturais que os mesmos usavam para ajudá-los e as feras e monstros não interferiam muito com os humanos.
 
No entanto, este equilíbrio era prejudicado quando Izanagi, o primeiro rei dos deuses (equivalente a Urano, na mitologia grega) entrava em guerra contra sua mulher, Izanami (equivalente à Gaia ou Terra, na mitologia grega), pelos seus filhos. A guerra criava, consequentemente, seres malignos - os Oni (ogros) - como soldados, assim como dragões, que cresciam das plantas que bebiam o sangue dos deuses.
 
Obviamente, nem todas essas novas feras eram más, mas o mal espreitava o coração dos deuses durante a guerra (sendo expostos às emanações do inferno), então, os dragões que nasceram deste sangue tornaram-se maus. Yamata No Orochi, ou “Grande Serpente (Dragão) de Oito Cabeças” foi uma destas criaturas divinas.
 
A terra de Izumo foi então agraciada com a presença da bela princesa conhecida como Kushinada. O Orochi amaldiçoou Izumo com a sua presença pouco tempo depois que Kushinada completou 16 anos e ordenou que fosse feito o sacrifício de oito donzelas, a cada lua cheia, para satisfazer a sua fome. Se falhassem em cumprir o sacrifício, o Orochi ameaçava destruir a terra. Os anos passavam, enquanto as donzelas sumiam dos campos; até que só restou a princesa Kushinada a ser sacrificada para que o povo de Izumo fosse poupado. O deus Susano No Mikoto apareceu por aquelas terras nessa época. Foi amor à primeira vista quando ele viu a Princesa Kushinada, aos prantos em sua janela. Ele prometeu ao rei que daria um fim ao Orochi com a condição de que pudesse tomar a mão da bela princesa em casamento.
 
No noite do sacrifício, foram oferecidas ao Orochi oito jarras de sakê. O servo que as trouxe disse ao Orochi que ele deveria entreter-se com o álcool primeiro e então aproveitar a sua tão esperada refeição. O Orochi concordou e mergulhou as oito cabeças nas jarras. Não demorou muito até que se ouvisse a grande serpente roncando em sua bebedeira.
 
Foi então que o servo mostrou sua verdadeira identidade: o deus do trovão Susanoo no Mikoto. Com sua espada, ele cortou cada cabeça do Orochi. De seu ventre caiu o sagrado orbe da vida, o Magatama, e da última cabeça cortada rolou uma lágrima que se tornou o Espelho.
 
Susanoo deu como presente à sua irmã Amaterasu a Mata-dragão - ou espada Kusanagi, ou ainda Ame-no Murakumo. Deixou em Izumo o orbe Magatama e o Espelho, que foi dado à princesa Yata, irmã mais nova da Kushinada.
 
Estes três objetos são hoje conhecidos como “Os Três Tesouros Sagrados do Japão” e diz-se serem preservados no Palácio Imperial de Tóquio.

OBS:

Gashadokuro

 

Gashadokuro(がしゃどくろ) é um youkai, uma criatura da mitologia japonesa, descritos geralmente como esqueletos gigantes, geralmente quinze vezes maior do que o normal. Gashadokuro parece com um humano, ele agarra e morde seus oponentes a menos que fugiam bem rápido. Gashadokuro é criado a partir dos ossos das pessoas que morreram de fome.
 

Yōkai

Yōkai (妖怪 lit. espectro, fantasma, ou monstro), também escrito como yokai e youkai, é uma classe de criaturas sobrenaturais do folclore japonês, que inclui o oni (ogro), a kitsune (raposa) e a Yuki-onna (mulher da neve). Alguns são humanos com características de animais, ou o contrário, como o Kappa (criança do rio) e o Tengu (cães sagrados). Um yōkai geralmente tem algum tipo de poder sobrenatural ou espiritual, e assim encontros com humanos tendem a ser perigosos. Um yōkai que tem a habilidade de se transformar é chamado de obake. O termo yōkai é ambíguo, e pode ser usado para designar todo tipo de monstro e criatura sobrenatural.

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